quarta-feira, 8 de junho de 2005

A não beleza é um crime hediondo

Pior que o comportamento que os humanos têm diante de pessoas muito belas é o comportamento diante de pessoas feias, completamente fora dos padrões de beleza. O primeiro sentimento desprezível que surge é a pena. Se a beleza condiciona a inteligência. A feiúra é definitiva para uma vida anti-social do indivíduo. Vou dar um exemplo:

Nei é um pedreiro que mora na mesma rua que eu. Ele é padrasto de uns colegas meus. Tem cerca de 40 anos, é moreno, alto e tem olhos claros. Um tipo considerado bonito pelos padrões. Pois bem, Nei tentava aquecer um spray para aproveitar o resto de tinta da lata quando acendeu fósforo e o spray pegou fogo que subiu pelo seu braço e atingiu seu rosto.

Em algumas manhãs livres vou à casa de Nei tomar tereré com sua enteada, Keyla. A casa deles é uma das poucas da rua, onde abro o portão e entro sem precisar me anunciar.

Quarta passada, às 9h30, abro o portão e vejo um animal acuado e arisco. Era o homem deformado de forma irreversível. Nunca vou esquecer aquele olhar curioso e apreensivo que censurava a pessoa que ousava abrir o portão e flagra-lo daquela maneira. O Nei é muito trabalhador e meu primeiro sentimento foi, depois do horror, a pena. Olhando apenas para o rosto achei que o pior tinha acontecido e ele podia ficar inválido para sempre.

Eu não identifiquei aquilo foi causado por fogo. Na verdade, não havia queimadura. O horror estava no rosto descascado. Mesclado com parte muito escura (pele antiga e enrugada) e outra muito clara (pele nova).

Disfarcei meu horror e conversei sobre amenidades com se nada de anormal existisse. É difícil ser hipócrita, mas a gente aprende isso desde criança. Além disso, resisti em não perguntar o que aconteceu com ele por causa de um ensinamento de um professor meu: Nunca pergunte o que não lhe interessa. Claro que esse procedimento só vale para o lado pessoal, já que na nossa profissão (jornalismo) temos que fazer isso a todo instante.

Lá pelas tantas, Nei contou o acontecido e relatou que passava uma pomada para eliminar as queimaduras. Apesar de ser do tipo que parece não se preocupar com a aparência, ele me disse que ficaria pelo menos um mês sem sair de casa.

É a não beleza, a "anormalidade" que condiciona o indivíduo a não ter uma vida social, a se afastar da sociedade, assim como um criminoso.

No sábado voltei a casa de Nei. Seu rosto já havia descascado por inteiro e voltado quase a normalidade. Ele já podia sair à rua. Mas, os muitos feios sofrem. As pessoas se afastam de quem têm deformidades. Não conseguem desviar os olhos dos defeitos.

É a sociedade do visual, das aparências. Você é o que veste, o que aparenta ser. E quem é feio que se tranque traumatizado em casa e nos poupe de ter que olhar para suas "anormalidades".


Entre Aspas:
Uma nação sem grandes jornais é uma pequena nação.

Entre Aspas II: Jornal é, ao mesmo tempo, espelho e miragem de sua audiência, caricatura e ideal de seus leitores.

Entre Aspas III:
Sem credibilidade não há comunicação e, sem ela, desaparecem impulsos e inovações. Todas as frases são de Alberto Dines.

Vamos à Luta e até domingo.


guilherme - 01:06:53
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domingo, 5 de junho de 2005
A beleza põe e tira a mesa. Como é difícil ser Belo!



Se virmos uma moça do tempo loira e gostosa, logo pensamos: "Está aí só porque é bonita". É como se a beleza condicionasse a pessoa. Oras, é a Lei de Darwin, se usa mais o corpo do que o cérebro, o primeiro se desenvolve e o segundo se atrofia.


É verdade que a beleza coloca muita gente incompetente na TV, é só olhar nas novelas e vemos modelos de caras bonitas e corpos esculturais tentando achar que estão atuando. Mas, ao mesmo tempo, as pessoas têm preconceito com gente bonita. Parece que os belos não pensam e só conquistam algo por causa da beleza.


Porém, a mesma que te põe na TV não é o suficiente para te manter lá. Se atores, jornalistas ou apresentadores não mostrarem competência no que fazem, estão fora. Além disso, os belos são alvos da inveja. Déborah Seco é atriz desde criança, fez teatro, cinema e muitas novelas. Mas, a partir do momento que ela turbinou os seios e resolveu assumir uma sensualidade surgiram as críticas. De repente só percebiam sua beleza e sua atuação se tornou a pior possível.


Déborah vai ser alvo de críticas sempre, afinal uma mulher bonita não pode ser boa atriz. É a inveja dos mal-amados e dos sem dinheiro para fazer plástica. (Ah! Eu não acho que só se pode ser belo através de plásticas ou que Déborah é a melhor atriz do mundo). Mas, porque ninguém critica a feiosa da Bebela, sobrinha da Neuta em "América"? Porque ela é feia e coadjuvante. No dia em que resolver ser bela (fazer plástica) e assumir papel de destaque, que esteja pronta para as críticas. Br>

É como a Maureen, que tem um estereótipo de loira-modelo-atriz-18 e por isso é burra, patricinha e fútil. É a sua bioplastia que lhe ajuda em certos momentos, mas cria falsos mitos sobre si. Quem é belo sofre! Atrair olhares é bom, mas perceber que todos olham e desejam seu corpo, sem ao menos te conhecer é incômodo. É a beleza que põe e tira a mesa. Mas, quem e hipócrita de dizer que não sonha em ser belo!?


BuRBuRiNhOs Da AlcOva:


A nova apresentadora do Jornal da Globo, Chrsitiane Pelajo, é simpática e competente, apesar do sotaque carioca carregado. Uma colunista disse que sua entonação ao falar as notícias seria ótima para transmitir a entrega Oscar. Ela tem um nariz lindo. Dizem que Sandra Annemberg ficou enciumada, porque queria assumir sozinha o lugar de Ana Paula Padrão. Imaginem aquelas caras, bocas e levantadas de sobrancelha às 23 horas. Não dá, né? Por falar em Sandra, domingo passado no Fantástico apareceu uma repórter do interior de SP que é o clone dela! Igual mesmo!

O Abraço Todo Especial vai para Thiara! Obrigado mesmo, e o Rio que nos espere...

Como tô meio empolgado para escrever, vou publicar as quartas-feiras também. Então combinado, todo domingo e toda quarta a gente se encontra aqui!

Entre Aspas: O papel do jornalismo é a busca da circunstância.

Entre Aspas 2: O papel do jornal é ser necessário. Sua missão é perceber oportunidades para tornar-se imprescindível. As duas frases são de Alberto Dines.

Até Quarta...



guilherme - 19:31:50
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domingo, 29 de maio de 2005
Sem título e sem explicações


O passado não podia viver mais com o progresso

O passado era velho demais e antiquado.

Tinha costumes e manias que há muito haviam ficados obsoletos

Jeito de seguir e pensar que não se adaptavam as evoluções do presente

Tentava resistir à modernidade. Reverter as inovações...

Os tempos que já eram outros há muito, aos poucos, ia vencendo ele

Já se notavam traços sofisticados, apesar da aparência ultrapassada.

Depois de resistir e tentar até se impor, um pouco antes de dar-se por vencido completamente,

E caminhar para o lugar onde passado e presente não existem

Ainda teve que se curvar a tecnologia

E se utilizar dela para manter seu velho ser por mais algum tempo

Mas, o tempo não perdoa.

Ele foi finalmente vencido e partiu.

Mas venceu também...

[fevereiro de 2004]



CD - Contato Direto:


Eu vou publicar textos aqui todos os domingos. Assim eu não preciso avisar que tem texto novo. Toda semana você pode entrar e conferir a nova publicação. Obrigado a todos que passaram por aqui e deixaram elogios. E você que passa por aqui e acha que não tem nada a comentar, pelo menos deixe seu nome para eu saber que leu o texto.

O Abraço Todo Especial (lembram dele?) vai para: Ana Carolina que é inteligente, humilde e prestativa a te ajudar no que for. Eu é que sou fã dessa garota.


Entre Aspas:
Fazer humor é um exercício de liberdade intelectual absurdo, é a coisa ais sofisticada em matéria de equipamento social, poder e tudo. Freud.


Até Domingo que vem...

guilherme - 18:54:57
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domingo, 8 de maio de 2005
CONTO:


Domingo, 14 de dezembro de 2003


A Mudança


7h45: O menino franzino dormia, quando despertou com o barulho de um caminhão chegando e vozes se aproximando. Era o caminhão que levaria a mudança de sua avó e as pessoas que carregariam seus móveis. Tinha duas alternativas: fingir que estava dormindo, mas com certeza o incomodariam e o chamariam para ajudar, e ele estaria com aquela cara de acordando e aquela roupa de dormir. Ou levantar e correr para o banheiro para trocar a roupa e a cara antes que as pessoas entrassem na casa.


E foi o que ele fez, levantou rapidamente, catou as roupas jogadas em uma cama de visita, que seria levada na mudança, e entrou no banheiro. Escovou os dentes, lavou o rosto, trocou de roupa e quando ajeitava o cabelo, começaram a gritar e a bater na porta do banheiro. As vozes diziam que uma das ajudantes da mudança havia tomado um laxante e precisava entrar. Ele estava confuso, saiu ainda meio tonto, não tanto de sono, mais pela tristeza daquele dia ter chegado.


O dia em que sua avó mudaria. A avó e a mãe do menino sempre discutiam por banalidades, tinham uma conivência difícil, e sua avó sempre se lamentava com sua tia, que a influenciou a comprar uma casa e se mudar. Pois bem, comprou-se a casa, mas o tempo foi passando e a casa parecia que nunca ficaria pronta e que sua avó jamais mudaria, ou mudaria em um dia longínquo. Porém, sua tia não deixou isso acontecer, pressionou e ajudou a aumentar a casa, comprar móveis e antes que ela estivesse pronta convenceu sua mãe mudar fazendo o dia temido, para o menino, chegar.


Ele foi tomar seu café da manhã, enquanto aquelas pessoas detestáveis começavam a carregar as primeiras coisas. Conversavam, riam, como podiam fazer isso com ele? Ao terminar a refeição teve que ajuda-los, fingir que estava tudo bem, enquanto o que queria mesmo era atrapalhar e impedir que aquilo acontecesse.


A contragosto, carregou cama, colchão, caixas, engradado de cerveja, plantas que deixaram sujeira aonde estavam. Serviço terminado, sua avó fica desesperada, de coração partido. Suas coisas estão no caminhão, rumo a casa nova, mas ela por um momento não quer mais ir, um filme parece se passar em sua cabeça, não fala nada, mas vê-se nos olhos dela o questionamento: como ir e deixar seu neto franzino e sua filha gorda? Como abandonar uma vida de anos?


Todavia, a tia do menino foi quase cruel, e apressou a mãe, que entrou no caminhão e antes que partisse disse que deixou a chave. Ela havia esquecido a chave de sua casa nova? Não, havia esquecido a chave daquela casa que ela estava abandonando, mas não por completo. Partiram, a avó se despediu não com cara de quem vai começar uma nova ida, mas com ar de tristeza.


Além da tia do menino, veio a prima gorda, agora tão má, que parece não ter vindo para ajudar na mudança, mas para rir e ver a cara do "netinho querido da vovó" ser abandonado por ela. Na cara dela e de sua mãe o prazer. Depois que partiram, antes que mãe e filho pudessem entrar na casa, os vizinhos que como sempre acompanhavam todos os acontecimentos da rua e não se agüentavam mais de curiosidade, mandaram a gorda sua representante-mor fazer uma pergunta que já tinha resposta: Foi sua mãe que mudou? A mãe do menino franzino respondeu que sim, e o prazer tomou conta do rosto daquela mulher.


Quando entraram de volta à casa, ela estava triste, vazia. Vazia não dos móveis que haviam levado e deixaram espaço, mas vazia de sentimento. Faltava vida à casa, não pela plantas que se foram, mas pela luz daquela senhora alegre-teimosa-sonhadora que mudou e os deixou naquela casa triste, vazia e sem-vida.


E eram apenas 9h20, o domingo só estava começando, e como ele enfrentaria esse dia inteiro de sofrimento? A mãe o puxou para começarem a limpeza, arrumaram, varreram, mas não adiantava a casa chorava. No almoço comeram a tradicional macarronada de domingo, sem gosto, sem sal, sem a sua avó! Ele só tinha uma dúvida, se o tempo prolongaria ou diminuiria a sua angustia e a sua dor.


CD - Contato Direto:


Este é o primeiro texto que publico de meu novo computador direto da minha casa (em São Paulo).

Entre Aspas: Não importa o mal começo se o final eu posso mudar. Carlos Alberto Sofredine.


Abraços



guilherme - 18:02:33
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sexta-feira, 1 de abril de 2005
Polêmicas...


Todo mundo tem um palpite sobre a possível mudança do nome do Estado. E o texto passado refletiu bem isso. Eu de certa maneira concordo com todos. Leiam este trecho de notícia da Folha On Line: "Um apostador de Mato Grosso acertou as cinco dezenas do concurso da Quina sorteadas em Campo Grande, Mato Grosso do Sul(...)". Eu confesso que ao ver a matéria, tive que reler para não fazer confusão. Agora imagine um cara lá do Sergipe...

Na sexta (25/03), mais uma vez uma novela das 20h da TV Globo fez confusão com o nome do Estado. O personagem de Roberto Bonfim em "América", aquele ator gordinho moreno que era pai do Fernando (Marcos Palmeira) em "Celebridades", disse a Haidée (Cristiane Torlone) que era de Campo Grande...adivinhem em que Estado?...Mato Grosso, é claro!!! Ele faz papel de motorista e a levava do aeroporto para seu apartamento em Nova York.

Eu sinceramente não gostaria que o estado mudasse de nome. Acho que os prejuízos seriam tamanhos. Não materiais, mas culturais e de identidade. Eu jamais serei pantanense ou qualquer outra denominação que o Estado possa me dar. Identidade, concordo com Marifer, é o nosso maior problema. Somos um estado recente não temos cultura própria. Temos várias influências que tentam se juntar e nos dar o prato típico, a música típica e etc. Não sei se um dia teremos uma cultura bem definida. O Estado tem muita gente de fora, que preserva sua cultura e não consegue se ver como a "gente daqui".

Mais polêmica a vista: Outro dia, na comunidade da Maré no Orkut, vi uma discussão sobre o típico campo-grandense. Quanto comentário pré-conceituoso. Em minha opinião mais preconceituosa o típico campo-grandense é exatamente esse que forma uma imagem dos nascidos na cidade como um povo pouco amigável, que vive em uma panelinha, que de certa forma conhece todos da cidade, que adora o Rádio ou as baladinhas da moda. O típico campo-grandense é aquele que vem de outra cidade e se acha acima do bem e do mal para julgar os daqui. E que apesar de sair todo fim de semana, acha que a cidade não tem opções para ir. E se vai no mesmo lugar é exatamente por isso. "Eu só vou no bar X por que lá é único lugar que vai gente bonita, ou que toca música que presta".

Ou mesmo os daqui que não se dizem típicos e colocam rótulos assim e assados. Os "roqueiros" que odeiam os "baileiros" e vice versa. Ou os que cultuam música eletrônica e odeiam "roqueiros" e "baileiros". E tem ainda os "pagodeiros" da Fernando Correia que todos da classe média abominam por serem "vileiros" de gangues. (Na verdade por serem pretos e pobres). Então o típico campo-grandense é o cara preconceituoso? Pode ser, mas esse preconceito é consigo mesmo, com a própria cultura e com a própria cidade!

Sou a favor que nosso Sul tenha um Norte, afinal não dá para continuar sendo confundido pra sempre com outro Estado. Pois, mesmo que haja uma grande divulgação de Mato Grosso do Sul, sempre vai ter alguém se referindo a nós como Mato Grosso. A desculpa pode ser abreviar o nome, como me respondeu uma vez um jornalista da Folha On line. Mas, Mato Grosso DO SUL jamais estará na boca do povão!

Uma correção feita por Josué (um leitor desconhecido): Nei Mato Grosso nasceu em Bela Vista e não em Campo Grande como eu escrevi no texto passado. Ah! Então tudo bem ele ser Nei Mato Grosso e não Nei Mato Grosso do Sul, afinal Bela Vista é no Mato Grosso assim como Corumbá, Dourados,Três Lagoas...


Arthur: valeu pela visita e pelos elogios.


Marina eu acho a nomenclatura importante. Pelo menos odeio ser confundido com MT. É o mesmo que eu me referir a você como Marina Machado. Ninguém gosta!!!


Humor Negro:
Já sei quem salva 2005 de ser ano sombra, chato sem-graça: O Papa João Paulo II. O ano da morte do Papa, da eleição do novo Papa. Morra João Paulo e salve 2005. Aliás, que seja logo por que eu não agüento mais falar sobre as idas e vindas da saúde do Papa...


Entre Aspas
: Representamos o papel de herói porque somos covardes, o de santo porque somos maus. E o de assassino porque sempre existe alguém que gostaríamos de matar. Representamos, em suma, porque desde o momento em que se nasce não se faz outra coisa senão mentir. Não sei de quem é a frase.


Abraços...



guilherme - 14:57:10
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domingo, 6 de março de 2005
DO SUL!!!



Por que nos incomoda tanto quando dizem que Campo grande é no Mato Grosso? Separar do marido e ser relacionado a ele após 27 anos leva qualquer um a fazer análise. É isso que Mato Grosso do Sul vem fazendo. Mato Grosso o quê? Quem diz esse nome enorme e fraco? Sim, fraco. Mato Grosso soa forte e oponente, já Mato Grosso do Sul é grande demais. Nei Mato Grosso apesar de ter nascido em Campo Grande jamais será Nei Mato Grosso do Sul. Assim como a atriz Cristina Mato Grosso (Do Sul). Sobrenome impossível. Imaginem: Rio Verde de Mato Grosso do Sul, ocupa quase uma linha inteira. E cadê a Avenida Mato Grosso do Sul?

Citar exemplos de confusão entre MS e MT é fácil, há infindáveis exemplos, mas como não se lembrar quando a mocinha da novela das 20h da Globo, Maria Clara Diniz (Malu Mader), em Celebridades se referiu a Bonito, no MT. Silvio Santos, Gugu, Glória Maria, Faustão, Ana Paula Padrão e muitos outros já se confundiram. Adorei quando a cantora Gil que já fez vários shows em MS e já recebeu o título de cidadã aquidanauense disse em Cuiabá: "Obrigado Mato Grosso do Sul!". Foi a primeira vez que vi a ira dos mato-grossenses porque alguém os confundira conosco. Mas, o que é difícil por lá é corriqueiro por aqui.

Porém, se é tão difícil assim de dizer: M-A-T-O - G-R-O-S-S-O - D-O - S-U-L a solução é trocar de nome, para ter nome. Afinal, MS não existe. Pelo menos, não na cabeça de milhões de brasileiros. Se o assunto é trocar de nome vem logo "Pantanal" na cabeça. Nome de novela na extinta TV Manchete (por que a Globo não quis fazer), o maior santuário ecológico do mundo batizaria um estado. Porém, esse é exatamente o problema. Como se diferenciaria Pantanal estado, de Pantanal área alagada? E nos livros, na cabeça das pessoas, o Pantanal continuaria a ser mato-grossense. Ou apenas uma área do MT, na cabeça das mesmas pessoas que não conhecem o MS.

Bom, seria uma evolução de estado que não existe, nos tornaríamos uma área do MT. E apesar, da maior parte do Estado não ter nada haver com o Pantanal é bem possível que o nome seja implantado. E só depois irão perceber que continuaremos a ser Pantanal do Mato Grosso. Vendo que a sina continua, tentarão mudar o nome de novo, daqui uns 27 anos talvez.

Assim, quem sabe 52 depois de dividido MS recebe um nome digno e seja reconhecido como Estado pelas outras Unidades da Federação. Voltando a realidade, acho o cúmulo que com o trâmite e a tão alardeada proximidade de Zeca com Lula não seja capaz de aprovar uma lei que faça com que o MT adote o sufixo "Do Norte". Promessa feita por eles na época da divisão. Hoje essa lei caducou e não existe mais, graças aos nossos queridos deputados que estão ocupados demais enchendo seus bolsos e inflando seus egos "apresentando" programas de TV. Meio impossível que MT use "Do Norte" né? Então, como em 1932, sejamos o Estado de Maracaju, o resgate histórico homenageia a serra e não faz menção ao Pantanal (que é igual a bichos), Mato Grosso (mais bichos), ou Campo Grande (idem).

Todavia, se fazemos tanta questão do sufixo "Do Sul" do nosso nome, por que não eliminamos o "Mato Grosso" que nos incomoda e nos tornamos o Estado "Do Sul". A sigla seria DS, não mudaria muito. Seríamos dosulnenses e ficaríamos mais "próximos" dos Estados desenvolvidos da região Sul. Bom a sugestão está feita...E não se esqueça é "DO SUL!!!"

Entre Aspas: Fazer humor é um exercício de liberdade intelectual absurdo, é a coisa mais sofisticada em matéria de uso de equipamento social, poder e tudo. Freud.


Abraços...


guilherme - 11:56:49
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2005
As notícias são sempre as mesmas


Eu comentava outro dia com a Ana Carolina que tenho por costume guardar jornais. Ontem tentando me livrar de parte deles achei uma reportagem sobre o filme "Má Educação" que estava sendo lançado pelo espanhol Pedro Almodóvar. A reportagem é do Segundo Caderno do O Globo de 22 de março de 2004, mas o filme só chega a Campo Grande agora, portanto é super atual.

Já na Folha de São Paulo de 22 de fevereiro de 2004 vi uma reportagem dizendo que o Copom só deveria começar a baixar os juros em março. O que mesmo eu acabara de ouvir na TV? (só que quase um ano depois). Outra notícia no mesmo jornal dava conta que as vendas pela internet haviam aumentado tantos por cento. O mesmo eu noticiei semana passada no site onde trabalho. As notícias são sempre as mesmas. As enchentes em janeiro em São Paulo, a "arrasante" Gisele nos fashion weeks e suas entrevistas exclusivas, a seca no RS e no Nordeste. Os conflitos no Oriente Médio , o imperialismo americano. A desconfiança da imprensa com o governo Lula e vice-e-versa.

A minha "descoberta da América" foi genial, agora eu tenho uma diversão. Ler o jornal do ano passado para saber o que está acontecendo hoje. Do novo velho assassinato, da atual antiga campanha em prol de algo, da última desatualizada pesquisa do IBGE.

Porém a diferença entre 2005 e 2004 é que 2005 é ano ímpar, chato, morno, sem-sal. Ano de especulações. Não tem eleição. Então a notícia é a troca de farpas pelos políticos e os milhares de pré-candidatos lançados e esquecidos no minuto seguinte. Não tem Copa do Mundo, Olimpíadas e nem Pan-americano. Aninho mais vagabundo. Mais sem pauta. Mais infeliz. Então feliz 2006! Porque 2005 vai repetir 2004, mas sem a graça das eleições e a magia das olimpíadas. Será então a continuação sem graça de 2004 e a antecipação de 2006.

É o típico ano sombra. E só Osama pode salva-lo como fez em 2001. Se não fosse o ataque as torres gêmeas ninguém lembraria de nada daquele ano. Que venha Osama. Que venham notícias. Que venha a diversidade do jornal com a criatividade dos jornalistas, e principalmente que venha 2006. Logo!

Pessoal: Esse será o melhor ano da faculdade, pelo menos em relação a produção. 2006 é o último, derradeiro, final e separador ano do resto de nossas vidas. Ao menos a isso 2005 se presta.

BuRbUrInHoS Da AlCoVa:

O Grito Silencioso: Eu gostaria de dizer, mas ao contrário de Leda Nagle é melhor Com Sensura. Preservo-me e deixo a metralhadora explodir e se suicidar com um de seus tiros.

O esperto tucano é ignorante, mas tem sorte. Um dia ainda vão lhe cortar as asas.

Entre Aspas: Renda-se como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento. Clarice Lispector (a divina!)

Abraços
guilherme - 18:19:20
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2005
Circuito "Alternativo"


Está na moda ouvir música alternativa, ver filmes alternativos, ser alternativo. A onde agora é se drogar e ser homossexual, é usar a moda alternativa "que não está na moda". Os jovens de classe média vão a D-Edge ouvir técnico e se drogar. Usam óculos escuros (como conseguem enxergar?) e fazem orgias no banheiro. O arco-íris de néon pisca na parede. É o circuito alternativo na veia. Alternativo a que? A quem? Aos jovens de classe baixa que não têm acesso a músicas que TV aberta e rádios tocam pouco. Jovens que não têm acesso a MTV e jamais conhecerão as bandas britânicas da vez. Jovens que só podem assistir a Tela Quente e não tem contato com a arte dos filmes do Cine Cultura.

Mas o que era alternativo ao capital acaba por reforçá-lo. O que estava fora da mídia oficial era jogado a um mundo à parte. Hoje, esse mundo compartilha os objetivos do capital e se assemelha ao circuito não-alternativo. Talvez, hoje, ser diferente (ou rebelde como os jovens preferem) é fazer parte do circuito não alternativo e renegar a moda mais uma vez.

Jovens que tem um quê de masoquistas e se drogam mesmo sabendo dos danos e riscos que são tão propagadas pelas propagandas "caretas" da TV. Beijar na boca é a ordem e nada mais importa. Cabelos bagunçados ou completamente chapados. Maquilagem carregada, saia bem curta e calcinha dispensada. Mini blusa valorizando seios e deixando o piercing à mostra. Ah! Tem que ter pelo menos dois piercings, uma tatuagem e uns dez palavrões no vocabulário.

É preciso odiar ao Bush, repudiar sertanejo, axé, pagode. Mas, adorar Almir Sater, Zeca Pagodinho e carnaval. Reclamar dos pais, detestar políticos, estar no Orkut e ter um Videolog (Fotolog e Blog já ficaram no passado). Implicar sempre com o jeito interiorano de Campo Grande e da falta de vida noturna da cidade.

Se não aderir a moda do homossexualismo ter pelo menos três amigos que aderiram e fazer deles confidentes. Odiar Wanessa Camargo (também não tem como adorar) e achar Sandy patética. Desprezar as patricinhas que vão ao Shopping desfilar, mas ir lá sempre que puder. Discursar contra o poderio bélico e da dominância dos EUA e criticar o capitalismo da rede Cinemark, todavia ir lá rir de "Os Incríveis" e "Bob Esponja". Odiar grifes, mas só usar tênis Adidas, Calça Zoomp e óculos Armani. Beber muita Coca-Cola, porém não mais do que álcool. Admirar Che Guevara e defender o uso legal da maconha. Ter votado no Lula, negar isso até o fim, e criticar lê quando sobrar um tempo para um papo cabeça. Sim, tempo... Jamais ficar sozinho. Se isso acontecer ligue para um amigo de seu celular última geração ou simplesmente entre na internet.

Passe lá mais tempo do que com seus pais. Assista TV escondido e jamais confesse que assistiu a uma novela da Globo. Quando usar um acessório da moda diga que começou a usar antes de virar febre. Ah! Leia Caros Amigos, Carta Capital e cia e despreze a Veja. Tire muitas fotos na sua câmera digital e desfile bastante com seu carro. Seja isento de preconceito a ponto de entender o gay, o negro (namorado da tua amiga), mas jamais compreender o pobre "sem cultura". Esse você deve sempre desprezar e tratar com desdém. Se algum ponto estiver esquecido e não tiver claro opte sempre pelo "diferente". Lembre é isso que te faz assim. Igual a tantos outros desse desprezível "Circuito Alternativo".

Outra notícia que os jornais de MS preferiram não dar:


PREFEITOS DIZEM QUE ESTADOS NÃO CUMPRIRAM A LRF


Na tentativa de poupar dos rigores da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) os cerca de 2.300 prefeitos que gastaram além do permitido, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apresentou um levantamento em que mostra que 13 governadores que deixaram o cargo em dezembro de 2002 desrespeitaram dispositivos da LRF e não foram punidos. A legislação prevê prisão de até quatro anos para administradores públicos que cometerem esse tipo de infração.

Segundo o estudo, feito com base em estatísticas do Tesouro Nacional, esses governadores deixaram mais de R$16 bilhões de restos a pagar para seus sucessores, sem que houvesse dinheiro em caixa para quitar as dívidas. Entre os estados citados estão Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. No caso do governo do estado do Rio, que deixou R$1,1 bilhão de restos a pagar, o Tribunal de Contas estadual aprovou as contas, apesar de reconhecer que a LRF foi desrespeitada.

- Eu acho que a lei não está sendo cumprida. As transgressões cometidas pelos governadores teriam que ser observadas, e não ficar discriminando e punindo só os prefeitos. Assim a lei será desmoralizada - disse o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

MS, governado pelo PT, teve alto nível de endividamento

O estudo da CNM mostrou ainda que os estados de Mato Grosso do Sul, Alagoas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo tinham em 2002 um endividamento de longo prazo correspondente a mais de duas vezes a receita corrente líquida, o que também é vedado pela LRF. Mato Grosso do Sul, governado por Zeca do PT, tinha a situação mais crítica: o endividamento chegava a 3,1 vezes a receita líquida.

- Vários tribunais de contas apontavam essa irregularidade, como os TCEs do Rio, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, mas a maioria não considerou essa falha motivo para reprovar as contas dos ex-administradores. Nem mesmo nos casos em que claramente o resultado financeiro deixado em 2002 foi pior que o de 1999, quando os governadores assumiram os cargos - disse Ziulkoski.

Jornal: O GLOBO

Entre Aspas: É melhor o coração partido do que a alma vencida

Até mais.


guilherme - 16:01:10
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segunda-feira, 3 de janeiro de 2005
Quem Sou Eu?


Essa é uma boa pergunta que sempre fujo e nunca gosto de responder. Sempre na hora de preencher meu perfil deixo em branco ou incompleto. Resolvi então me descrever no dia do meu aniversário. Aquele dia que você fica mais velho e recebe mensagens que exprimem o quanto as pessoas gostam de você. Até tentei escrever antes, mas não tive inspiração suficiente. Então vamos lá: GSD, faço hoje 19 anos.

Moro em Campo Grande - MS. Estou indo para o 3º ano de Jornalismo na Universidade Federal de Mato grosso do Sul e faço estágio no jornalismo online. Quando o assunto é música ouço de tudo de sertanejo a música clássica, de funk a rock, de pop a pagode, de axé a eletrônica. Mas o que gosto mesmo é MPB. Adoro ler, ver filmes, escrever, falar e desenhar. Amo: TV, cinema, sexta-feira, teatro, balada, roda de amigos, tereré, janeiro e férias. Odeio: Mentira, falsidade, inveja, falta de personalidade, malandragem-jeitinho brasileiro, segunda-feira, março, burrice, espera, ônibus cheio. Como quase tudo e - pasmem - não gosto de frango. Odeio fígado, açaí, ovo de codorna. Adoro massas, sucos, doces. Filmes: Pulp Fiction, Fahrenheit 11 de Setembro, O Pianista, Laranja Mecânica, Ponto de Mutação. Lugares são pessoas, então o melhor lugar é perto dos amigos e pessoas queridas. Livros: Laços de Família, Raízes do Brasil, Exodus, Os Bestializados, A Arte de Fazer um Jornal Diário, O Papel do Jornal. Na TV assisto de tudo. Adoro dar boas risadas com programas errados, mas o que gosto de assistir mesmo é: Programa do Jô, Altas Horas, Chaves, telejornais e novela é claro. Minha cor preferida é verde.

Explico por que não gosto de me descrever. Primeiro acho que estamos sempre em mutação e que é uma bobagem dizer isso ou aquilo de mim e no momento seguinte não ser mais nada daquilo. Além disso, odeio ser o centro das atenções. Quando o assunto de uma roda sou eu, fico sem-graça e logo mudo de assunto. Não gosto de falar idade, quanto ganho... Não falo em quem eu voto de jeito nenhum. Não discuto qualquer assunto com quem acho que não vale a pena, posso até bater boca, mas debater idéias com idiotas não faço mesmo. Sou brincalhão, meio criança às vezes, sério em outras.

Sou super-tímido e super-extrovertido ao mesmo tempo. Adoro ficar no meu quarto, escrevendo, desenhando, pensando, falando no telefone, dormindo e restrito no meu mundo, mas também adoro balada, música, gente. Sou bem preguiçoso, não gosto de cumprir horário. Sou super-desastrado. Falo o que penso e adoro elogios verdadeiros. Sou tranqüilo e na minha, mas, por favor, não mecham comigo, não pisem no meu calo. Que eu acordo e aí sai de baixo. Adoro fazer amigos e mais ainda da relação com os antigos e grandes amigos. Sou simples e sem frescuras. Tento ser sempre educado e gentil, mas quando é preciso sou incisivo. Sou muito objetivo, então odeio burocracia, demora. Vivo a vida tranquilamente. Adoro a chuva, o sol, a lua, árvore, rio, praia e natureza. Apesar de ser extremamente distraído percebo cada detalhe do mundo e admiro cada sentimento humano. Sempre estou bem acompanhado comigo mesmo, mas a companhia de amigos é sempre bem vinda. Quer me conhecer? Pode chegar que descobriremos juntos e aos poucos quem sou.

Lendo esses guias de signo descobri que sou o típico capricorniano. A descrição do signo que eu me identifico é a seguinte: Os capricornianos desejam realizar obras para a posteridade, coloca sua organização a serviço da sociedade, exercendo grande controle sobre as paixões e sentimentos pessoais. Parece mais paciente e frio do que na realidade é. Signo de obrigações, deveres, costuma esconder o lado sensual e arcaico. É na arte que Capricórnio mostra seu melhor lado, assim como no humor.

Capricórnio resiste às frustrações, se submete às condições inóspitas para realizar um plano ambicioso de longo prazo e deseja ter o reconhecimento social de seus méritos. Seu jeito leal e determinado, seu temperamento confiável, sério e responsável, mostra segurança no que faz. Observador, Capricórnio não cede ao seu orgulho ferido. Signo dos que governam, dos que projetam a administração pública, donos de um sangue-frio próprio dos estrategistas políticos, o Capricórnio está sempre no alto de uma montanha altíssima, de onde olha o mundo e sua feira de vaidades, que no fundo despreza. Seu temperamento retirado e solitário Em qualquer campo, Capricórnio tende a se destacar por seu nível de excelência em sua área, mesmo pagando o preço da diminuição do lazer.


Capricórnio gosta de independência, de permanecer um pouco à parte do burburinho, preza sua reputação e imagem pública e prefere algo de muito valor e aparência simples do que algo espalhafatoso, brilhante ou barulhento demais. A classe, a tradição, a discrição atraem esse signo de poucos amigos, mas leais. Capricórnio gosta da natureza - de preferência a selvagem, para agradar seus sentidos, mas adora o conforto que a vida moderna proporciona.


Comentários: Quem for comentar esse texto eu gostaria que me descrevesse. Falasse um pouco sobre mim. Essa foi minha opinião, faltou muita coisa...Mas acho que basicamente esse sou eu!

Entre Aspas: TRADUZIR-SE

Uma parte de mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira. Uma parte de mim almoça e janta: outra parte se espanta. Uma parte de mim é permanente: outra parte se sabe de repente. Uma parte de mim é só vertigem: outra parte, linguagem. Traduzir uma parte na outra parte que é uma questão de vida ou morte será arte? Ferreira Gullar


Abraços

guilherme - 16:48:09
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