segunda-feira, 1 de março de 2010

É como se patinasse no gelo, perdido no vazio urbano, tentando escapar de um monstro que teima em engoli-lo

E quando a gente se perde no tempo, esquece o nome, não sabe de onde veio e os dias passam. A cabeça não processa mais nenhuma informação nova. As antigas só fazem parte da memória quase esquecida. Faz tudo no automático, como se deixasse pegadas na areia para o vento apagar em instantes.

Da brisa lembra do frescor, do antigo amor não ficaram nem as cicatrizes, os que já foram amigos não o vêem mis. Nem se lembra quando é seu aniversário. Nada tem importância. Vai de uma esquina para outra buscando o prazer momentâneo. Sai do chão e vai as nuvens num choque de realidade que traz flashes de imagens. A sensação o incomoda. Não viu nada de bom ou que presta.

Não importa, nem se recorda porquê começou a escrever isso aqui. Larga tudo, sem saber o quê e como escreveu e vai para o próximo cruzamento. Poderia ser confundido com uma placa, a não ser pelo fato que nela constam informações e nele não. Os olhos são opacos, sem vida, não parecem serem habitados por um ser. Nem conseguem enxergar os que passam por ali. Tem uma coisa que emite um barulho que o incomoda. Ele balança a cabeça e segue para a próxima esquina e para a próxima, e mais uma... Até voltar tudo de novo. Está perdido e arrependido. Mais uma vez. Do que mesmo?

15-08-2009

Entre Aspas: Os rótulos amarram as garrafas e enforcam as almas. GSD

Um comentário:

Débora disse...

Menino, faz um tempão que não dou uma passada aqui. E é bom ver que você continua escrevendo como sempre :)
Grande beijo da Deb