sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Dias de jornal

Que a noite nunca chegue para os jornais. E se chegar que sejam regadas a cerveja barata, num “bar sujo”, com conversas entre pessoas de xadrez e all star sobre o futuro da profissão, sobre as pautas furadas, os desmandos da chefia... E que sejam sucedidas por manhãs com os impressos nas esquinas, nas bancas, no café... E sempre com aquele gosto de romance proibido.

Que as tardes venham com o fechamento, mas que ele seja sempre da próxima edição. Ela que permite o recomeço diário da busca utópica da melhor matéria, do furo, da função social, da reportagem, do personagem ideal e dessa loucura em tempos digitais chamada jornalismo impresso.


Entre Aspas Há entre a nossa imprensa moderna e o fato, uma distância fatal. O repórter age e reage como um marginal do acontecimento. Antigamente, o profissional sofria o fato na carne e na alma. Podia morrer no incêndio como um bombeiro; e, se era um naufrágio, o sujeito podia se afogar briosamente. Havia o risco e, não raro, o martírio. Nelson Rodrigues.

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