Os sons fluem como se a calmaria tivesse tomado conta do bairro. Crianças brincam, o forró esquenta, a bola roda, o cabeleireiro pesca a falta de uma festa que capturasse fregueses. A chuva espanta, mas calma, volta a dar lugar ao sol.
Nada é intenso. Tudo ocorre calmo, como uma tragada prolongada no cigarro e corre como a fumaça que faz ondas e some no ar. Está tudo indo, vindo, saindo, caindo e partindo na General Jardim. Nada parou, mas a semana tem gosto de fim – e como é sábio o tempo, que permite que se corra sem precisar andar.

[novembro de 2009]
*Texto produzido em escrita rápida durante aula de pós-graduação. (mais um da série chuva...)
Entre Aspas: O fim atrapalha todo o meu voo. Mário Peixoto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário