domingo, 12 de setembro de 2010

Em busca do tesão perdido

Esse é o movimento que guia o mundo. É atrás dele que escrevo, que venho a esse espaço de quando em quando... É por isso que você está aí, trabalhando, estudando, namorando, vivendo... E assim vamos almejando um tesão que tínhamos na infância, antes mesmo de entender o significado dessa palavra – talvez a única grande falta no mundo infantil. Ou querendo aquele gosto da sede adolescente de conhecer o mundo. Ou ainda de sentir-se tomado pelo desejo juvenil de mudar esse mesmo mundo...

Mas ele perdeu-se bem antes. Deve ter sido lá com Adão e Eva. E a gente procura essa maçã com um desejo fugaz. Uma vontade que faz dobrar a esquina para desdobrá-la em seguida. Tem gosto vermelho. Alimenta-nos de polpa açucarada. Esquenta e esfria. Embebeda-nos com seu líquido carnudo. Surge de um desejo cru, mas come-se como um bife encorpado e seu suco peculiar. É a luta, o objetivo do dia-a-dia. E até por isso, nem todo dia tem.

Não chega a se esconder atrás do arco-íris, mas está sempre um passo a nossa frente. Move-se a medida em que avançamos em sua direção. O orgasmo, mesmo que múltiplo, é passageiro. Quando apalpo ou sou acariciado pelo que queria, já deixou de ser... Com sua efemeridade, esgota-se, renova-se. Exige mais. E é por isso que sempre volto a escrever aqui. [Tesão perdido onde está você agora?]

Entre Aspas 1: Perseguir sua paixão é como pegar o último ônibus da noite. Glabe Byron.
Entre Aspas 2: Afinal, ser feliz para conseguir o quê? Clarice Lispector.

2 comentários:

Guilherme disse...

No fim das contas, a gente está sempre a espera da grande abóbora. E isso não passa de um muro de obviedades...
*Já que ninguém comenta, eu mesmo faço isso. (blogueiro autosuficiente)

Amanda disse...

2teste