sábado, 25 de setembro de 2010

Reflexões sobre o amor

Cada um de nós é um mundo. Vários mundos. O mundo das moléculas, do corpo, dos sentimentos, dos pensamentos... Um mundo que dá nome, idade, filiação, que tem procedência, ocupação (futuro, objetivo?). Dela, eu não sei nada desse último mundo. Sei que está arrepiada de frio, que a coberta lhe deu alergia, que gosta de fazer e receber carinho na nuca. Sei que gosto de fazer parte desse mundo.

Admiro os seus silêncios. Há um mistério, os outros mundos a serem descobertos. Às vezes, tenho vontade de fazer todas as perguntas de uma só vez. Mas sei que as repostas não serão tão sublimes quanto esses espaços que aos poucos podem ser completados. Na verdade, a minha maior dúvida é se seriam as respostas que trariam tédio ao amor?

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- Será que um dia serei o cara que segura o bebê no supermercado enquanto a mulher escolhe a melhor alface para o jantar?

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O amor é impalpável. São os silêncios, os barulhos. É como o jornalismo que a gente quer: utópico – e talvez inalcançável.

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É um toque de vida. É a vida. Então, porque a gente dificulta tanto?

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- Às vezes, acho que a vida a dois não é para mim. Não que eu não saiba amar. É que meu amor é fácil demais para complicar com as regras sociais, pactos eternos e burocracias cotidianas. É possível o amor sem a rotina?


[15/08/2010]

Entre Aspas: Morremos tão pouco de amor, e nos matamos tão pouco de amor. Não quererá isso dizer que somos uns pobres, uns desgraçados impotentes do sentimento? Nelson Rodrigues.

Entre Aspas 2: João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. (Quadrilha) Carlos Drummond de Andrade

4 comentários:

Anônimo disse...

Talvez melhor do que a mulher amada e não possuída, seja a mulher possuída e desconhecida...

Amandita disse...

hahaha ótimo esse comentário do anônimo. Concordo! rs
Somos seres humanos e estudamos nos tempos de biologia que somos os seres vivos mais complexos do planeta. Imagina quando os anseios de duas pessoas se juntam? É o caos!! rs brincadeira. Em um relacionamento de pouco mais de dois anos, faço o depoimento de que, com o tempo, as coisas vão entrando em sintonia por si só quando há convergência entre os dois. Mas a cobrança de cada um ser amado tanto quanto gostaria parece que sempre vai existir...
Além de complexos, acho que nós, seres humanos, carecemos de carinho, que procuramos no outro também. No final das contas, como é boa essa troca!!!

Grazielle* disse...

discordo de vc
eu acho que vc tem sim o perfil do cara que segura um bebe no colo
a vida a dois é pra todos
sempre tem um louco ou louca que encaixa com a gente
fato
pode durar ou nao, mas isso já é a outra parte da moeda

*Via msn

Jukis disse...

Vale comentar texto antigo? rsrs...
Acho que o que vale a pena no AMOR é o fato dele ser efêmero. É o hoje que vale e nada mais. A gente fica aflito por não saber se amanhã haverá Amor. Pode haver...ou não... e vai doer, pelo excesso ou pela falta.
Não acho que a vida a dois seja para todos, não. Nem sei se ela tem a ver com Amor. Acho que ela tem mais a ver com o não ter medo de amar.