E quando a gente se perde no tempo, esquece o nome, não sabe de onde veio e os dias passam. A cabeça não processa mais nenhuma informação nova. As antigas só fazem parte da memória quase esquecida. Faz tudo no automático, como se deixasse pegadas na areia para o vento apagar em instantes.
Da brisa lembra do frescor, do antigo amor não ficaram nem as cicatrizes, os que já foram amigos não o vêem mis. Nem se lembra quando é seu aniversário. Nada tem importância. Vai de uma esquina para outra buscando o prazer momentâneo. Sai do chão e vai as nuvens num choque de realidade que traz flashes de imagens. A sensação o incomoda. Não viu nada de bom ou que presta.
Não importa, nem se recorda porquê começou a escrever isso aqui. Larga tudo, sem saber o quê e como escreveu e vai para o próximo cruzamento. Poderia ser confundido com uma placa, a não ser pelo fato que nela constam informações e nele não. Os olhos são opacos, sem vida, não parecem serem habitados por um ser. Nem conseguem enxergar os que passam por ali. Tem uma coisa que emite um barulho que o incomoda. Ele balança a cabeça e segue para a próxima esquina e para a próxima, e mais uma... Até voltar tudo de novo. Está perdido e arrependido. Mais uma vez. Do que mesmo?
15-08-2009
Entre Aspas: Os rótulos amarram as garrafas e enforcam as almas. GSD

segunda-feira, 1 de março de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
[Das grandes] Descobertas

Tinha oito anos. Só isso já fazia dele um ser – branquinho e rolicinho – potencialmente interessante. Seus cabelos escorridos em forma de tigela e o tom aloirado tornavam aquele rosto, vermelho e suado, engraçado. Estava especialmente agitado naquele fim de tarde. Chegava em casa após um dia na escola e, com seu conjunto de uniforme vermelho, ganhava a corrida imaginária entre o estacionamento do prédio, onde morava em Higienópolis, até a portaria.
Ele disputava o percurso sozinho, mas ao chegar na calçada era como se vencesse um batalhão de quenianos. (Eles, na verdade, deviam estar ali, eu que não conseguia captá-los). Ali, encontrou a mulher que o cria e protege desde as primeiras semanas de vida e pela qual ele nutre carinho. Ficou surpreso ao ver lágrimas chovendo do seu rosto. Do alto da sua vontade de entender o mundo e o que se passa na cabeça daqueles seres grandes, esquisitos e desengonçados, soltou: – Por que está chorando?
A mulher mal podia esconder a tristeza, mas conseguiu balbuciar uma resposta que o deixaria ainda mais intrigado: – Porque sou gente, oras!
Pela primeira vez, o rosto dele tomava um tom grave e perdia parte da energia, afoitamento e alegria de quem só se preocupa em ganhar corridas imaginárias, vencer em jogos virtuais ou ter que escolher entre sorvete de morango ou picolé de chocolate. Agora a frase reverberava em seu ser e talvez ele a soltasse inconscientemente da próxima vez que caísse de bicicleta e tentasse amenizar a dor da mesma forma que a mãe fazia agora.
Seu mundo reacomodou-se de volta na pequena cabeça rechonchuda de bochechas rosadas. A mulher parecia esperar por alguém que não vinha mais. Nem percebia que ele queria entregar a chave do carro, estacionado na garagem, por um funcionário do condomínio. Aquele menino paulistano também achava os adultos enigmáticos. Ora tão preocupados com chaves e carros, ora desesperados porque era ele quem chorava, resolviam esquecer de tudo isso e entristecer simplesmente por que eram gente.
Um tipo de ser que aos poucos vai escondendo o pranto e esquecendo o quanto ele alivia e desengasga. Com a hipocrisia de manter a imagem social de pessoa forte, vão reprimindo as lágrimas que seriam suas, mas acabam pagando por chorar o sentimento alheio no teatro ou no cinema, embarcando numa tristeza que também é deles. Situações que tornam esses seres gente de novo, pelo menos por alguns momentos. Mas que o menino ainda não sabia simular. Apenas fazia. E, assim, agarrou a mão da mãe e dos olhos, agora também vermelhos, brotaram uma gota. E por gente ser, também chorou.
[De uma vida real e imaginada - agosto 2009/janeiro 2010]
Entre Aspas: Não há simples acaso, o acaso é sempre complexo. Vivian Whiteman.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
De soslaio*

A gente se apaixona por um olhar, por um sorriso, pela pureza exalada pelo outro. Um amor à primeira vista surge da beleza verde inesperada daqueles olhos desafiadores e meigos. Brota do que a gente espera que a pessoa seja. Renasce, reproduz e replica no dia a dia. Se alimenta do que a pessoa é, do que ela passa a ser e representar para nós.
Um amor juvenil é sincero, espontâneo e intenso - como tudo nessa fase. Do alto dos 1,80 metros de altura, aquele adolescente com espinhas no rosto e vontade de mudar o mundo, que um dia fui, amava aquela menina pela beleza de seu ser, pelo seu jeito meigo e descompromissado, pela sua personalidade dócil e forte.
Era quase inalcançável, inatingível. Intangível! Era isso que me impulsionava. Até hoje acho que o amor real não é possível. Mas durante alguns anos ele foi. Aquela timidez, as pedras de gelo na barriga, aquela vontade de parecer interessante, de agradar, aquele desejo de estar com ela, os hormônios, a química, aqueles risos, palavras e olhares nutriram durante bons anos a união de nós dois. Fomos dois, fomos um e soubemos a hora certa de sermos nós mesmos, de cada um seguir seu caminho e seus sonhos.
Não somos mais aqueles adolescentes que se apaixonam por um olhar. Seria preciso muito mais para que estivéssemos juntos até agora. Não houve vontade, sintonia e amor que resistissem aos conflitos e aflições da juventude. Passamos pela adolescência e fomos catapultados à idade adulta sem nenhum aviso, meio que contra a nossa vontade. Aquele amor juvenil já não fazia sentido em uma relação desgastada entre duas pessoas tão diferentes, com visões de mundo e futuro divergentes.
Os corpos se separaram, as línguas desentrelaçaram-se, os olhos derramaram lágrimas e lançaram olhares mais tristes por um tempo, mas depois seguiram mirando outros horizontes. Hoje distantes, olhamos para essa história com carinho. Ainda nos incomodamos ao nos rever. Afinal, como canta Chico Buarque “é desconcertante rever um grande amor, como é”. E visto com lentes atuais esse foi só um amor juvenil entre pessoas que nem existem mais. Mas como foi bom amar aqueles olhos.
*Texto produzido durante aula de Ensaio Pessoal e Memórias da Pós-graduação de Jornalismo Literário. [31/10/2009]
Entre Aspas: A qualidade literária está na reflexão abstrata. Sérgio Vilas Boas
domingo, 3 de janeiro de 2010
Apenas um sujeito médio
Época de aniversário é sempre tempo de repensar a vida, trocar de fase. Nessa fase, cada vez mais me percebo adulto, me admito como tal e me comporto como um, apesar de uma criança ainda habitar meu interior. Meus amigos também cresceram, saíram da casa dos pais, mudaram de cidade, se casaram, tiveram filhos e despontam em suas profissões...É, a adolescência também acabou...O mais difícil de se perceber como adulto, não é a idade em si ou a condição de ser responsável por si mesmo e ter que se virar sozinho, mas a sensação de que o tempo passa e que caminhamos, mesmo se não quisermos. Nesse caso, é melhor decidirmos o caminho a trilhar e nos prepararmos para a jornada... Seguindo, cada um da sua maneira, fazendo seu caminho, colhendo o que plantou e sendo hoje, justamente o que procurou para si....
Outra dificuldade da idade adulta é constatar que você não é (e não será) um gênio. Na infância, sempre achei que seria alguém muito importante para a humanidade. Eu seria presidente do Brasil, depois astronauta, depois o melhor arquiteto do País e ainda aos cinco anos decidi que seria jornalista para salvar o mundo e parar as guerras, como eu acreditava que o Pedro Bial fazia no Golfo em 1991. Ainda como jornalista, eu escreveria um livro muito vendido e que mudaria a história universal, denunciaria mazelas e melhoria a vida das pessoas. Eu seria um grande escritor, um jornalista célebre, um homem admirado.
Os anos passaram. Nunca fui uma pessoa que se destacou pela inteligência. Não que seja ignorante ou burro, mas também não sou aqueles caras naturalmente inteligentes. Esforçado e esperto, ok. Não fui aluno nota 10 na escola, não passei em primeiro lugar no vestibular e não fiz um primeiro livro genial, que foi reconhecido ou será no meu pós-morte. Eu sei, ainda dá tempo. Mas cada dia que passa luto com uma conclusão que cada vez me agrada mais, não quero ser o bom, o melhor, o reconhecido. Só quero ser eu mesmo. E, neste caso, talvez isso signifique ser um sujeito médio. Viram que ainda há uma resistência? Não assumo completamente essa constatação, talvez ainda vá algum tempo para isso...
Sempre admirei os pequenos gênios, as pessoas que se destacam, aqueles que são acima da média. A vida inteira tentei ser um deles. É isso que nossos pais nos ensinam, que os meios de comunicação valorizam, que os professores premiam com boas notas e que a sociedade reconhece. Sempre abominei os medíocres, aqueles medianos que patinam sobre suas próprias existências, se boicotando ou apenas se contentando em ser mais um. Bom, os ruins, são ruins e pronto. Esses, possuem algum défict ou têm algum problema e acabam se contentando em, no máximo, ser medianos.
Pois bem, depois de um pouco mais de duas décadas de vida, eu também quero ser um sujeiro médio! Não medíocre. Quero ser apenas melhor do que eu mesmo, com meu esforço e minhas dificuldades, minhas qualidades e meus defeitos. Não para que a humanidade me reconheça, mas para que consiga avançar sobre as condições que me foram dadas e que eu criei. Quero percorrer o caminho com dignidade e almejar não o fim, pelo fim – saltar da massa formada pela média – mas ser bom no que faço. E para isso não preciso trabalhar em um lugar que me traga reconhecimento perante os outros, mas que tenha sentido para mim, que me desafie e motive, mesmo que trabalhando em um veículo de comunicação pequeno e desconhecido. E isso tem a ver com a minha não vontade de ficar em São Paulo por muito tempo e migrar para uma cidade mais viva, feliz e com identidade definida.
Quero ser justo com os que estão a minha volta e privilegiar os meus familiares e amigos com a minha nobre e simples presença. Quero a sutiliza do dia a dia, a futilidade das conversas de cotidiano, o contato com gente, o compromisso comigo mesmo de sempre assumir desafios e avançar sobre as complexas situações enraizadas em nossa sociedade. A direção não é mais o céu, o estrelato, a fama, mas o mundo. A amplitude agora é para os lados, é em ocupar os espaços, sempre com menos. Menos soberba, menos arrogância, menos agressividade e menos ambição.
Talvez eu queira me transformar naquele sujeito bobo, que ri de tudo, que conversa com todos e que está sempre ali para ajudar. Aquele que poucos prestam atenção, e, por isso, mesmo está longe de ser notório até entre os amigos, mas está sempre pronto para cumprir sua missão. Taí, uma coisa que eu quero para os meus próximos anos, contribuir com os que estão a minha a volta e estar disponível para somar e dividir. Sentimento que os muito célebres jamais vão poder usufruir. Quis ser muito, hoje quero ser médio, talvez aos cinquenta só queira ser pouco... E assim caminha a humanidade e a gente caminha com ela. Cada um na sua jornada.
Entre Aspas: Essa conversa foi um dos momentos belos da minha vida. Já o guardei na minha caixinha invisível de memórias impalpáveis. Eliane Brum e suas sutilezas cotidianas no texto que me inspirou para esse post:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI97973-15230,00.html
Outra dificuldade da idade adulta é constatar que você não é (e não será) um gênio. Na infância, sempre achei que seria alguém muito importante para a humanidade. Eu seria presidente do Brasil, depois astronauta, depois o melhor arquiteto do País e ainda aos cinco anos decidi que seria jornalista para salvar o mundo e parar as guerras, como eu acreditava que o Pedro Bial fazia no Golfo em 1991. Ainda como jornalista, eu escreveria um livro muito vendido e que mudaria a história universal, denunciaria mazelas e melhoria a vida das pessoas. Eu seria um grande escritor, um jornalista célebre, um homem admirado.
Os anos passaram. Nunca fui uma pessoa que se destacou pela inteligência. Não que seja ignorante ou burro, mas também não sou aqueles caras naturalmente inteligentes. Esforçado e esperto, ok. Não fui aluno nota 10 na escola, não passei em primeiro lugar no vestibular e não fiz um primeiro livro genial, que foi reconhecido ou será no meu pós-morte. Eu sei, ainda dá tempo. Mas cada dia que passa luto com uma conclusão que cada vez me agrada mais, não quero ser o bom, o melhor, o reconhecido. Só quero ser eu mesmo. E, neste caso, talvez isso signifique ser um sujeito médio. Viram que ainda há uma resistência? Não assumo completamente essa constatação, talvez ainda vá algum tempo para isso...
Sempre admirei os pequenos gênios, as pessoas que se destacam, aqueles que são acima da média. A vida inteira tentei ser um deles. É isso que nossos pais nos ensinam, que os meios de comunicação valorizam, que os professores premiam com boas notas e que a sociedade reconhece. Sempre abominei os medíocres, aqueles medianos que patinam sobre suas próprias existências, se boicotando ou apenas se contentando em ser mais um. Bom, os ruins, são ruins e pronto. Esses, possuem algum défict ou têm algum problema e acabam se contentando em, no máximo, ser medianos.
Pois bem, depois de um pouco mais de duas décadas de vida, eu também quero ser um sujeiro médio! Não medíocre. Quero ser apenas melhor do que eu mesmo, com meu esforço e minhas dificuldades, minhas qualidades e meus defeitos. Não para que a humanidade me reconheça, mas para que consiga avançar sobre as condições que me foram dadas e que eu criei. Quero percorrer o caminho com dignidade e almejar não o fim, pelo fim – saltar da massa formada pela média – mas ser bom no que faço. E para isso não preciso trabalhar em um lugar que me traga reconhecimento perante os outros, mas que tenha sentido para mim, que me desafie e motive, mesmo que trabalhando em um veículo de comunicação pequeno e desconhecido. E isso tem a ver com a minha não vontade de ficar em São Paulo por muito tempo e migrar para uma cidade mais viva, feliz e com identidade definida.
Quero ser justo com os que estão a minha volta e privilegiar os meus familiares e amigos com a minha nobre e simples presença. Quero a sutiliza do dia a dia, a futilidade das conversas de cotidiano, o contato com gente, o compromisso comigo mesmo de sempre assumir desafios e avançar sobre as complexas situações enraizadas em nossa sociedade. A direção não é mais o céu, o estrelato, a fama, mas o mundo. A amplitude agora é para os lados, é em ocupar os espaços, sempre com menos. Menos soberba, menos arrogância, menos agressividade e menos ambição.
Talvez eu queira me transformar naquele sujeito bobo, que ri de tudo, que conversa com todos e que está sempre ali para ajudar. Aquele que poucos prestam atenção, e, por isso, mesmo está longe de ser notório até entre os amigos, mas está sempre pronto para cumprir sua missão. Taí, uma coisa que eu quero para os meus próximos anos, contribuir com os que estão a minha a volta e estar disponível para somar e dividir. Sentimento que os muito célebres jamais vão poder usufruir. Quis ser muito, hoje quero ser médio, talvez aos cinquenta só queira ser pouco... E assim caminha a humanidade e a gente caminha com ela. Cada um na sua jornada.
Entre Aspas: Essa conversa foi um dos momentos belos da minha vida. Já o guardei na minha caixinha invisível de memórias impalpáveis. Eliane Brum e suas sutilezas cotidianas no texto que me inspirou para esse post:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/1,,EMI97973-15230,00.html
domingo, 20 de dezembro de 2009
Três anos em um
Dois mil inove...Com essa frase começou o ano, um tracadilho faceiro, prometendo mundos e fundos e anunciando mudanças. E assim foi! Pela numerologia esse foi meu ano seis (propício ao lar, à família, ao casamento e aos amigos, segundo a ‘filosofia’). Não foi nada disso. Foi sim meu ano três, não pela soma de números da data de nascimento ou do meu nome, mas por tudo ter acontecido triplicado.
Comecei o ano passando por três festas de réveillon;
Fiz (ainda faço e sempre farei,rs) aniversário em 3 de janeiro;
Tive três empregos (Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, Luares e Agência Leia);
Morei em três casas (Bairro Universitário em Campo Grande, Vila Olímpia em São Paulo e Barra Funda em São Paulo);
Fiz três viagens bacanas (Campo Grande-junho, Paraty-julho, Bela Vista do Paraíso-outubro);
Recebi três convites para casamento (Marê, Belha e Pati);
Fiz três novas amizades (Carol, Ju e Rê);
Tenho três paletós no guarda-roupa;
Tive contato com três jornalistas fodas (Edvaldo Pereira Lima, Neide Duarte e Zé Hamilton Ribeiro);
Três pessoas moram na minha casa atual (Maria Fernanda, Marcelle e eu);
Vi três filmes marcantes (A Partida, A Festa da Menina Morta e Não é Só Ilusão);
Assisti a três peças ótimas (Viver Sem Tempos Mortos, O Ano do Pensamento Mágico e Bichos do Mundo);
Conheci três novas cidades (Santos, Paraty e Bela Vista do Paraíso);
Tenho três aparelhos de celular (para quê tanto, né?);
Tive três gripes (em ano de gripe suína, mas sobrevivi);
Três amigos mudaram de Campo Grande e dividiram agruras e conquistas (Antônio, Rapha e Marcelle);
Fui a três missas (dois casamentos e um batizado);
Completei três anos de formado (passa rápido, né?!);
Conheci pessoalmente três jornalistas-autores fodas (Gay Talese, Xinran e Eliane Brum);
E termino o ano preparando três festas de aniversário (isso mesmo, veja abaixo).
Um ano intenso, cheio de emoções em que, literalmente, mudei e inovei a perspectiva pela qual vejo o mundo, encaro o trabalho e vivo, que provocou um amadurecimento imensurável e teve acontecimentos que dificilmente sairão da memória. Foram mesmo três anos em um. Sobrevivi e ainda gostei das altas doses de emoção – e de viver perigosamente.
Para celebrar esses três anos que passei em 2009 vou começar 2010 comemorando meu aniversário ao cubo. Será uma espécie de turnê comemorativa em que espero conseguir brindar com o maior número de amigos possíveis. Vamos às datas e cidades:
*Recife (onde passarei o réveillon), domingo, 3 de janeiro
*São Paulo, sábado, 9 de janeiro
*Campo Grande, sábado, 16 de janeiro.
Que este seja um ano de muitas realizações e de encontros para e entre todos nós!
2010 com qualidade de vida e amor!
Comecei o ano passando por três festas de réveillon;
Fiz (ainda faço e sempre farei,rs) aniversário em 3 de janeiro;
Tive três empregos (Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, Luares e Agência Leia);
Morei em três casas (Bairro Universitário em Campo Grande, Vila Olímpia em São Paulo e Barra Funda em São Paulo);
Fiz três viagens bacanas (Campo Grande-junho, Paraty-julho, Bela Vista do Paraíso-outubro);
Recebi três convites para casamento (Marê, Belha e Pati);
Fiz três novas amizades (Carol, Ju e Rê);
Tenho três paletós no guarda-roupa;
Tive contato com três jornalistas fodas (Edvaldo Pereira Lima, Neide Duarte e Zé Hamilton Ribeiro);
Três pessoas moram na minha casa atual (Maria Fernanda, Marcelle e eu);
Vi três filmes marcantes (A Partida, A Festa da Menina Morta e Não é Só Ilusão);
Assisti a três peças ótimas (Viver Sem Tempos Mortos, O Ano do Pensamento Mágico e Bichos do Mundo);
Conheci três novas cidades (Santos, Paraty e Bela Vista do Paraíso);
Tenho três aparelhos de celular (para quê tanto, né?);
Tive três gripes (em ano de gripe suína, mas sobrevivi);
Três amigos mudaram de Campo Grande e dividiram agruras e conquistas (Antônio, Rapha e Marcelle);
Fui a três missas (dois casamentos e um batizado);
Completei três anos de formado (passa rápido, né?!);
Conheci pessoalmente três jornalistas-autores fodas (Gay Talese, Xinran e Eliane Brum);
E termino o ano preparando três festas de aniversário (isso mesmo, veja abaixo).
Um ano intenso, cheio de emoções em que, literalmente, mudei e inovei a perspectiva pela qual vejo o mundo, encaro o trabalho e vivo, que provocou um amadurecimento imensurável e teve acontecimentos que dificilmente sairão da memória. Foram mesmo três anos em um. Sobrevivi e ainda gostei das altas doses de emoção – e de viver perigosamente.
Para celebrar esses três anos que passei em 2009 vou começar 2010 comemorando meu aniversário ao cubo. Será uma espécie de turnê comemorativa em que espero conseguir brindar com o maior número de amigos possíveis. Vamos às datas e cidades:
*Recife (onde passarei o réveillon), domingo, 3 de janeiro
*São Paulo, sábado, 9 de janeiro
*Campo Grande, sábado, 16 de janeiro.
Que este seja um ano de muitas realizações e de encontros para e entre todos nós!
2010 com qualidade de vida e amor!
Crianças Velhas. Novos adultos
(Para o tempo que eu quero descer)
... E então cresceram. Eram aquelas crianças catarrentas que corriam pela rua, soltavam pipa, brincavam de bola de gude, jogavam bete, corriam no pega-pega e brigavam só para depois continuarem todas essas travessuras juntos. A rua ainda é a mesma, mas eles casaram, tiveram filhos, se mudaram e hoje projetam novos rumos. Realizam seus sonhos de infância. Muito da personalidade de cada um naquela época de jogos de vôlei, de queimada e do rouba-bandeira permanecem até hoje.
Eles engordaram, mudaram os cabelos, têm caras e corpos de adultos, usam barba, mas por minutos sustentam os mesmos sorrisos de antes. Talvez o que tenha restado em comum seja apenas isso, além das histórias, claro. E foram muitas. Das melhores e inesquecíveis fases da vida. Para alguns é estranho vê-los tão grande, um ou outro deles nem se percebeu adulto ainda, outros ainda relutam contra essa realidade. No entanto, todos são pressionados a assumir suas responsabilidades, a tomar rumos na vida e vão seguindo seus caminhos, construindo suas histórias. E de vez em quando se encontram, falam do passado, riem das lembranças e perguntam de fulanos e cicranos.
Saem renovados, com um ‘quê’ de vontade de reviver aquela fase. A vida segue, precisam segurar às próprias rédeas e prosseguir suas novas vidas de adultos. A esperteza, as trapaças, as vitórias, as derrotas, as virtudes e os vícios aprendidos quando eram crianças ainda se mostram presentes hoje em outros contextos. Os encontros, os choros e os risos é que ficaram mais escassos. O trabalho espera, o filho chora, o corpo muda, o relógio avança, a vida segue...
[18/10/2009]
Entre Aspas: A vida é a falta de definição. É transição. Nunca estamos prontos. Do filme Divã.
... E então cresceram. Eram aquelas crianças catarrentas que corriam pela rua, soltavam pipa, brincavam de bola de gude, jogavam bete, corriam no pega-pega e brigavam só para depois continuarem todas essas travessuras juntos. A rua ainda é a mesma, mas eles casaram, tiveram filhos, se mudaram e hoje projetam novos rumos. Realizam seus sonhos de infância. Muito da personalidade de cada um naquela época de jogos de vôlei, de queimada e do rouba-bandeira permanecem até hoje.
Eles engordaram, mudaram os cabelos, têm caras e corpos de adultos, usam barba, mas por minutos sustentam os mesmos sorrisos de antes. Talvez o que tenha restado em comum seja apenas isso, além das histórias, claro. E foram muitas. Das melhores e inesquecíveis fases da vida. Para alguns é estranho vê-los tão grande, um ou outro deles nem se percebeu adulto ainda, outros ainda relutam contra essa realidade. No entanto, todos são pressionados a assumir suas responsabilidades, a tomar rumos na vida e vão seguindo seus caminhos, construindo suas histórias. E de vez em quando se encontram, falam do passado, riem das lembranças e perguntam de fulanos e cicranos.
Saem renovados, com um ‘quê’ de vontade de reviver aquela fase. A vida segue, precisam segurar às próprias rédeas e prosseguir suas novas vidas de adultos. A esperteza, as trapaças, as vitórias, as derrotas, as virtudes e os vícios aprendidos quando eram crianças ainda se mostram presentes hoje em outros contextos. Os encontros, os choros e os risos é que ficaram mais escassos. O trabalho espera, o filho chora, o corpo muda, o relógio avança, a vida segue...
[18/10/2009]
Entre Aspas: A vida é a falta de definição. É transição. Nunca estamos prontos. Do filme Divã.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Sem você
Sozinho numa tarde dominical e cinzenta de dezembro em São Paulo (SP), a janela do meu apartamento está aberta e deixa entrar o vento frio que vem da rua. É a brisa da solidão, que me envolve, arrepia e grita a necessidade de estar com alguém. Da rua vêm os ruídos de uma banda de rock que toca no Memorial da América Latina, dos sinos da Igreja São Geraldo, convidando para a missa, dos gritos de gols dos vizinhos comemorando os últimos minutos do Campeonato Brasileiro de Futebol, mas do e-mail vem a lembrança que preciso estar aqui para trabalhar...
Na cama de casal, ao invés de uma pessoa para acompanhar, o livro com as lições não feitas de inglês. O ano está para acabar e eu continuo aqui, sem ninguém. Acho que vou fechar a janela.
Entre Aspas: A felicidade só é de verdade quando é compartilhada. Do filme Natureza Selvagem
Na cama de casal, ao invés de uma pessoa para acompanhar, o livro com as lições não feitas de inglês. O ano está para acabar e eu continuo aqui, sem ninguém. Acho que vou fechar a janela.
Entre Aspas: A felicidade só é de verdade quando é compartilhada. Do filme Natureza Selvagem
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